Marquinho tinha 14 anos quando começou a sair de casa sozinho. Seu fiel amigo Lukita, estava sempre na sua compania. Lukita sempre foi mais atirado, sempre foi mais solto, criado na rua mesmo pode-se dizer. Mas a história de Marquinhos Balla, começa aos seus 17 anos, em um dia em que haveria uma festa em comemoração do aniversario de Caxií, onde ele morava. Nesse dia Lukita chegou à sua casa com uma caixa debaixo do braço.
- E aê Marquinho!
- Fala Lukita!
- Vamô ali comigo, nego véi?
- Aonde lek?
- Na rua do Macaco.
- Pô véi, lá é meio perigoso cara!
- Que... Nada a ver, véi! Nós mora aqui pô, tranquilo! Tá comigo também! (rs)
- Aí é que eu tô ferrado! (rs) Mas fazer o que lá mesmo?
- Entregar essa caixa aqui...
- Que caixa é essa?
- Sei não. O Marcão que pediu pra mim entregar pra um tal de Geidson que vai tá lá esperando a gente.
- Cara, tú pega uma parada, que num sabe o que é, e vai entregar pra um cara que tú também num cinhece? tú tá maluco!
- Você vai comigo, né?
- Pô lek, sei disso não!
- Qual foi Markim? Nada a ver isso! Vamô lá comigo...
- Já é então, mas acho que isso vai dar merda!
- Pára véi! Vamô logo...
Eles foram em direção a rua do macaco, que na verdade não era o nome da rua, macaco era um amigo deles, mas a rua era realmente num lugar barra pesada. Marquinhos e Lukita, moravam num lugar onde era mais tranquilo, mais há menos de dois quilometros dali existia uma favelinha, um tanto que perigosa.
Os dois não conheciam esse Geidson, mas ele era o gerente da favelinha, e eles se surpreenderiam com aquela caixa.
A caixa era um pouco maior que uma de sapatos. E ao chegar lá um cara estranho estava na esquina, com um boné, camisa larga, bermuda, uma sandalia kenner, e um cordão dourado que reluzia a luz do sol. Ele tinha um cavanhaque e uma cicatriz na altura do nariz. Viu os meninos com a caixa e perguntou se era pro Geidson. Lukita proiontamente respondeu:
- Depende. Quem é você?
- Sou o Geidson.
- Só porque vc diz?
- Como assim?
- Prova aí mano!
- Tá maluco muleque?
- Maluco é você! Se não provar eu num entrego, volto com ela pro Marcão!
Geidson sorriu, e puxando a carteira do bolso disse:
- Gostei de você muleque! No começo pensei em te dar uns tiros, mas gostei dessa atitude. Você provou que é competente!
Pegou a identidade e mostrou.
- Satisfeito agora?
- Agora sim!
Lukita entregou a caixa e disse:
- Marcão falou que você tinha um negocio pra gente!
- Ah tá! Vem Comigo!
Eles seguiram o Geidson por umas duas ruas, e nesse trageto o Marquinho estava assustado, branco igual a quem vê um fantasma!
- Eu falei que ia dar merda!
- Até agora nada de merda. Você é muito medroso cara! E caiu na risada.
Chegaram numa casa branca com janelas de aluminio, nada normal pra uma favela de barracos. Geidson madou-os entrar e sentarem noi sofá. Ele sentou numa poltrona e abriu a caixa. Marquinho não pode deixar de demonstrar seu espanto ao ver que havia duas pistolas e muita droga dentro da caixa que ele estava carregando. Lembrou que antes de entrar na favela, passou por eles uma viatura de policia que olhou para eles, e pensou consigo no que haveria acontecido se eles resolvem parar eles e dar uma "dura"?
- Que isso? Perguntou Lukita.
- Conferindo a entrega parceiro! Respondeu Geidson.
Entrou em um comodo e veio com R$40,00 e deu na mão De Lukita.
- Só porque gostei do seu trabalho. Se quizer pode vir mais vezes!
- Já é!
Sairam da casa e o Marquinhos estava calado. Lukita todo empolgado, falando pra caramba, feliz da vida com o dinheiro, pegou R$20,00 e deu na mão do Marquinhos que parou e disse:
- Nunca mais cara! Nunca mais me chama pra isso!
- Que isso véi, nada a ver! olha o dinheiro aqui, foi tranquilão!
- Mas podia ter acontecido alguma coisa! Você viu o que tinha na caixa?!
- Vi sim! Poderia mas não deu nada errado! Tamô aqui, tamô vivo, feliz e com dinheiro!
- Cara, a gente podia ter sido preso, ter morrido! Aquele cara podia ter matado a gente!
- A gente podia ter sido atropelado, ter sofrido uma AVC, um derrame, poderia ter chovido e caído um raio em cima de nós, mas nada disso aconteceu! Agora pega o teu dinheiro, que a gente pode curtir na festa agora!
Marquinho parecendo convencido, pegou calado o dinheiro e continuou andando!
A história de Marquinhos Balla
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Capitulo 02 - O Começo
Marcos Souza Filho. Esse foi o nome que seus pais lhe deram. Marquinhos Balla, esse foi o nome que a vida lhe deu. O mais engraçado de tudo isso, é que ninguém esperava isso acontecer. Ninguém imaginaria que o pobre Marquinhos, menino magro ao ponto de ser chamado de raquítico, um dia se tornaria no terror de sua cidade. A única pessoa que sabia dos seus rolos era o Lukita. Lukita era o melhor amigo de Marquinhos, seu nome verdadeiro era Lucas Santos de Araújo, mas desde pequeno chamavam-o de Lukita. Lukita era um tipo de cara que levava a vida na brincadeira o tempo todo, mas era frio e calculista.
Quando garoto vivia dizendo que um dia iria roubar um banco pra ficar rico, igual àqueles filmes americanos. Mas apesar de tudo isso, era um cara sorridente e conseguiu o status de melhor amigo de Marquinhos.
Outra figura importante na vida de Marquinhos, era a linda Patrícia, a Patty. Mas isso fica pra outro capitulo. Por enquanto vamos nos concentrar apenas nesses dois personagens: Marquinhos e Lukita. Lukita, era do tipo de pessoa que não tinha medo de nada. Não que não tivesse medo, mas não tinha medo de coisas cotidianas. É daquele tipo de pessoa que nunca acha que algo de ruim vai acontecer, que a casa nunca vai cair, que sempre vai sair ganhando. É desse medo que eu tô falando. Por outro lado, Marquinhos era mais reprimido, mais cauteloso, sempre com um pé atrás, sempre esperando o pior. Mas isso ficou na infância, porque a vida adulta de Marquinhos, quando ele era o Marquinhos Balla, ele era mais ousado, mais audacioso... A vida não era lá muito generosa com Marquinhos. Ele era de uma familia pobre, humilde, mas tinha pais trabalhadores, que lhe ensinaram certos valores na vida.
Outra figura importante na vida de Marquinhos, era a linda Patrícia, a Patty. Mas isso fica pra outro capitulo. Por enquanto vamos nos concentrar apenas nesses dois personagens: Marquinhos e Lukita. Lukita, era do tipo de pessoa que não tinha medo de nada. Não que não tivesse medo, mas não tinha medo de coisas cotidianas. É daquele tipo de pessoa que nunca acha que algo de ruim vai acontecer, que a casa nunca vai cair, que sempre vai sair ganhando. É desse medo que eu tô falando. Por outro lado, Marquinhos era mais reprimido, mais cauteloso, sempre com um pé atrás, sempre esperando o pior. Mas isso ficou na infância, porque a vida adulta de Marquinhos, quando ele era o Marquinhos Balla, ele era mais ousado, mais audacioso... A vida não era lá muito generosa com Marquinhos. Ele era de uma familia pobre, humilde, mas tinha pais trabalhadores, que lhe ensinaram certos valores na vida.
Capitulo 01 - O Fim!
Eram 09:47 da manhã. Estava cansado, sem camisa e suado. Tinha acabado de sentar na calçada pra ver se descansava um pouco do serviço que começou a fazer às oito horas. Estava lixando o carango pra dar uma pintura nova. Não que precisasse fazer isso, mas como era uma coisa que gostava de fazer e Dondão, o mecânico era seu amigo, resolveu fazer naquele dia, apenas para esfriar a cabeça de tantos problemas. Foi tudo muito rápido. Bebeu um pouco da água mineral na boca da garrafa mesmo, sentou na calçada e levantou a cabeça como quem relaxa e agradece a Deus pelo sol que fazia naquela manhã.
Derramou o restante da água na cabeça. Esperava a água escorrer por seus cabelos, quando escutou o primeiro tiro. A bala passou zunindo na sua frente e espatifou-se na lataria do carro que estava do seu lado. Olhou assustado para a direita e viu um homem de calça jeans e jaqueta de motoqueiro que usava um boné que lhe escondia o rosto. Automaticamente meteu a mão na cintura e se deu conta de que sua arma, uma 45 automática cromada, estava na oficina do Dondão e lá também estava dentro do seu carro, sua espingarda calibre 12 com munição a balde, mas tudo estava a uns 10 metros de distancia, enquanto o homem que disparava contra ele estava a uns 4 metros. Viu ali que o seu fim estava perto de chegar e nada podia fazer pra evitar.
Griteou por Dondão: Dondão! Pega minha arma aí! Ouviu mais um disparo. Desta vez raspou no seu braço. Pensou em correr e pular algum muro. Quando correu, ouviu outro tiro, sentiu a carne da perna queimar, e sem forças caiu. Levantou de novo, tentou correr mancando, mais três tiros que pegaram nas costas. Não resistiu e foi ao chão. Enquanto agonizava no chão, várias coisas se passaram em sua cabeça. Pensou no seu filho, pensou na Luanda, na sua mãe. Pensou nas coisas que não disse a todos os seus amigos, das coisas que não fez, principalmente nas coisas que fez. Se sentiu um monstro por tudo o que fez, pois estava achando que o cara que estava fazendo isso comigo era um monstro. Será que ele não pensa no meu filho, na minha família, nos meus amigos? - pensava ele- Nessa hora lembrou que também já fez muito isso...
Os pensamentos enchiam sua mente. Cada segundo, cada instante era como uma eternidade. Passavam-se tantas coisas em sua mente. O que iria acontecer com ele ali, naquele chão frio, sujo e duro. De que adiantou tanta coragem, tanta destreza, tanta matança se nada podia fazer ali, deitado esperando a morte chegar por um cano de uma pistola 380? De repente se aproximou o homem que efetuava os disparos. Um homem de pele morena, se agachou do seu lado e lhe disse:
- Cadê sua valentia agora, marrento? Cadê aquela marra toda e aquele ar de ganância? Cadê aquela soberba? Espero que você saiba porquê estou fazendo isso...
Antes mesmo de terminar de falar, puxou seu cabelo e deu mais 4 tiros na sua cara e soltou sua cabeça: Foi de cara no chão! Mais 2 tiros em sua cabeça.
Assim terminou a sua historia, mas como todo fim tem um começo, agora vocês vão ver
como tudo começou. Essa é a história de Marquinhos Balla...
Derramou o restante da água na cabeça. Esperava a água escorrer por seus cabelos, quando escutou o primeiro tiro. A bala passou zunindo na sua frente e espatifou-se na lataria do carro que estava do seu lado. Olhou assustado para a direita e viu um homem de calça jeans e jaqueta de motoqueiro que usava um boné que lhe escondia o rosto. Automaticamente meteu a mão na cintura e se deu conta de que sua arma, uma 45 automática cromada, estava na oficina do Dondão e lá também estava dentro do seu carro, sua espingarda calibre 12 com munição a balde, mas tudo estava a uns 10 metros de distancia, enquanto o homem que disparava contra ele estava a uns 4 metros. Viu ali que o seu fim estava perto de chegar e nada podia fazer pra evitar.
Griteou por Dondão: Dondão! Pega minha arma aí! Ouviu mais um disparo. Desta vez raspou no seu braço. Pensou em correr e pular algum muro. Quando correu, ouviu outro tiro, sentiu a carne da perna queimar, e sem forças caiu. Levantou de novo, tentou correr mancando, mais três tiros que pegaram nas costas. Não resistiu e foi ao chão. Enquanto agonizava no chão, várias coisas se passaram em sua cabeça. Pensou no seu filho, pensou na Luanda, na sua mãe. Pensou nas coisas que não disse a todos os seus amigos, das coisas que não fez, principalmente nas coisas que fez. Se sentiu um monstro por tudo o que fez, pois estava achando que o cara que estava fazendo isso comigo era um monstro. Será que ele não pensa no meu filho, na minha família, nos meus amigos? - pensava ele- Nessa hora lembrou que também já fez muito isso...
Os pensamentos enchiam sua mente. Cada segundo, cada instante era como uma eternidade. Passavam-se tantas coisas em sua mente. O que iria acontecer com ele ali, naquele chão frio, sujo e duro. De que adiantou tanta coragem, tanta destreza, tanta matança se nada podia fazer ali, deitado esperando a morte chegar por um cano de uma pistola 380? De repente se aproximou o homem que efetuava os disparos. Um homem de pele morena, se agachou do seu lado e lhe disse:
- Cadê sua valentia agora, marrento? Cadê aquela marra toda e aquele ar de ganância? Cadê aquela soberba? Espero que você saiba porquê estou fazendo isso...
Antes mesmo de terminar de falar, puxou seu cabelo e deu mais 4 tiros na sua cara e soltou sua cabeça: Foi de cara no chão! Mais 2 tiros em sua cabeça.
Assim terminou a sua historia, mas como todo fim tem um começo, agora vocês vão ver
como tudo começou. Essa é a história de Marquinhos Balla...
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